" Tinha Roma dois sóis, que aluminaram O caminho de Deus e do Estado Um ao outro apagou, e se ajuntaram Do Bispo o bago e do guerreiro a espada: Por viva força unida, mal andaram. Não mais se temem na junção forçada Vê a espiga que prova estes efeitos; Pela semente é a planta avaliada".
CANTO XVI.
(Carla Cristiane. A Diapóra da Igreja Católica de Portugal para a América Portuguesa do século XVIII...,p.50 - Dissertação de Mestrado em Ciências da Religião- 2010- PUCSP).
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
Ensaio fotográfico tem como foco crianças indígenas.
O fotógrafo Alex de Almeida capturou momentos que mostram a beleza e expressão desses brasileiros.
Curumin da etnia dos Caiapós, no Estado do Pará, exibe cocar. Caiapó (também encontra-se a grafia Kayapó), tem como significado "homens semelhantes aos macacos". Ainda hoje, há indicação de três grupos de índios Caiapós sem ter tido contato com a civilização. São os chamados Índios Isolados Alex Almeida/ UOL
Menino Caiapó durante dança de Guerra da sua aldeia, no estado do Pará Alex Almeida/ UOL
Curumins brincam no rio Tuatori, no norte do Estado do Mato Grosso. Com o forte calor desta região, os mergulhos são comuns. É uma das principais diversões das crianças indígenas Alex Almeida/ UOL
(http://criancas.uol.com.br/album/indios_brasil_album.jhtm?abrefoto=1#fotoNav=21).
Curumin da etnia dos Caiapós, no Estado do Pará, exibe cocar. Caiapó (também encontra-se a grafia Kayapó), tem como significado "homens semelhantes aos macacos". Ainda hoje, há indicação de três grupos de índios Caiapós sem ter tido contato com a civilização. São os chamados Índios Isolados Alex Almeida/ UOL
Menino Caiapó durante dança de Guerra da sua aldeia, no estado do Pará Alex Almeida/ UOL
Curumins brincam no rio Tuatori, no norte do Estado do Mato Grosso. Com o forte calor desta região, os mergulhos são comuns. É uma das principais diversões das crianças indígenas Alex Almeida/ UOL
(http://criancas.uol.com.br/album/indios_brasil_album.jhtm?abrefoto=1#fotoNav=21).
Infanticídio coloca tradição indígena em xeque. (Abril,20 DE 2009,por Ana...)
Morte da indiazinha Tititu exemplifica a incompetência dos órgãos federais, que chegam a ser empecilho no salvamento de crianças indígenas
Por questão de sobrevivência do grupo, na cultura de muitas tribos indígenas da Amazônia Legal não há espaço para os fracos. Por mais que doa aos pais, a tradição manda que as crianças que nasçam com alguma deficiência devam ser sacrificadas. O método utilizado é geralmente o sufocamento ou soterramento. Incontáveis bebês já foram estrangulados, sufocados com folhas, afogados ou enterrados vivos porque seus parentes decidiram que eles seriam uma ameaça para a existência da tribo.
Deficiências físicas não são os únicos motivos para o infanticídio. Filhos de paternidade questionável ou gêmeos – que, segundo as crenças, trazem azar para a aldeia – são vítimas em potencial. Por mais bárbaro que seja, esses costumes estão arraigados nas tribos.
Há anos, a organização não governamental Atini trabalha no sentido de proteger crianças indígenas do infanticídio e conscientizar as gerações mais jovens a dizer não aos assassinatos. Por mais árduo que seja, o trabalho da ONG vem colhendo vitórias e reconhecimento, principalmente no exterior. O pior adversário, porém, não são os indígenas e sim a burocracia federal, em especial a Funai e a Funasa.
“Como todo órgão público, que cargos de direção são por indicação política, tem os seus problemas. Cada gestor tem uma ideologia diferente e dificilmente você consegue levar adiante projetos mais a longo prazo. A distância do trabalho de campo e os gabinetes onde se tomam as decisões é muito grande, além do excesso de burocracia. Todas estas coisas dificultam muito o trabalho. Você pode encontrar bons profissionais com muito boa vontade, mas dentro da máquina administrativa acabam se perdendo”, comenta Edson Suzuki, diretor-executivo da Unicamp, mestre em lingüística, que atua há cerca de 20 anos junto ao povo indígena suruwahá no Amazonas, desenvolvendo pesquisa linguística e atuando nas áreas de etno-educação e saúde.
Profundo conhecedor da cultura e da língua indígena, tem apoiado membros dessa etnia em sua luta pela vida de crianças com deficiências físicas ou mentais. O trabalho de Suzuki tem se tornado internacionalmente conhecido e ele tem denunciado o problema do infanticídio na Inglaterra, na Holanda e na Noruega.
Um triste caso na tribo Suruwahá é da menina Tititu, que se tornou nacionalmente conhecida quando seu pai Naru fez um apelo emocionante à Nação Brasileira, no programa Fantástico da Rede Globo, em 2005. Sua filha sofria de uma doença hormonal que causava, entre outros problemas, uma deformidade no órgão genital. Ela precisava de uma cirurgia corretora para não ter que ser sacrificada na aldeia, como reza a tradição cultural.
Naru teve que lutar muito contra o relativismo cultural reinante nos meios indigenistas para conseguir uma autorização da Funasa para que sua filha passasse por uma cirurgia reparadora do órgão genital. Ele estava desesperado, pois sabia que sem a cirurgia, sua filha teria que ser sacrificada. Mas ele estava decidido a não fazer isso porque a amava. Chegou a dizer que se tivesse que matá-la, ele se suicidaria em seguida, de tanta tristeza. Finalmente, depois de meses de insistência, Naru conseguiu a autorização para a cirurgia.
Naru tinha plena consciência de que a doença de sua filha exigiria cuidados pelo resto da vida, mas ele e sua esposa aprenderam a administrar os medicamentos e voltaram satisfeitos para a aldeia. Tititu foi aceita com alegria pela comunidade e estava crescendo feliz entre seus parentes. Regularmente eles eram levados pela Funasa até Manaus onde Tititu fazia os exames de sangue necessários para controlar a dosagem do medicamento.
A notícia da morte súbita de Tititu surpreendeu a todos. Segundo relato do enfermeiro do DSEI local, Tititu morreu de desidratação. Sabendo que a falta do medicamento prescrito causa desidratação súbita e leva a óbito, o IACIB exige que a Funasa e a Funai prestem esclarecimentos e expliquem o que de fato aconteceu com a menina Tititu Suruwaha.
“A Funasa apresentou um relatório dos procedimentos de atendimento. Até o momento não houve nenhuma ação. O doutor Davi Terena que é um advogado indígena, denunciou o caso de Tititu no Ministério Público, pedindo uma investigação. Terena está planejando uma viagem para a área suruwaha, juntamente com outro indígena, Eli Tikuna, representante da organização dos caciques tikunas de Brasília. Eles querem ouvir diretamente dos suruwahas o que aconteceu”, conta Suzuki.
ONG pressiona aprovação de lei contra infanticídio
Um dos principais objetivos da ONG Atini, sediada em Brasília, é que a Lei Muwaji seja apreciada e aprovada pelo Congresso Nacional. O nome do projeto de lei, que condena o infanticídio e os maus-tratos de crianças indígenas, é uma homenagem a Muwaji Suruwahá, que lutou bravamente para defender a sobrevivência de sua filha, que nasceu com paralisia cerebral.
Edson Suzuki, diretor-executivo da Atini, conta que atualmente a Lei Muwaji está sob responsabilidade da deputada federal Janete Pietta (PT-SP), mas ainda não está tramitando na Comissão dos Diretos Humanos da Câmara Federal.
A meta é que o triste destino de milhares de crianças, como Tititu Suruwahá e Poliana Yanomami, não se repita. A luta pela vida de Poliana criança não tem sido fácil, desde as primeiras horas de vida. Foi rejeitada por sua mãe logo depois do parto, pois ela já não estava mais vivendo com o pai.
Ao invés de matar a criança, a mãe a entregou a uma tia, que imediatamente a levou até o mato e começou a sufocá-la com folhas, como é costume do povo. Antes que morresse, uma outra tia a resgatou e a entregou a uma missionária, que trabalhava junto aos Yanomami.
Poliana foi ainda vítima de maus-tratos e teve que ser retirada da aldeia num voo de emergência, depois de ser tão espancada pela tia que acabou perdendo os movimentos do lado esquerdo do corpo. Atualmente, a indiazinha está internada numa UTI, em São Paulo, com infecção generalizada.
Além das crianças indesejadas, é comum que os idosos sejam “descartados” nas tribos amazônicas. “Infelizmente, não conhecemos alguém que trabalhe nesse aspecto. Acho que fomos os pioneiros em começar a falar em direitos individuais para os povos indígenas. Até então se tem lutado e conseguido muito avanço apenas no direito coletivo. Muitos optam por garantir o direito coletivo de se manter uma tradição e não dar ouvidos ao direito de uma mãe que não quer sacrificar seu filho”, conclui Suzuki.
FONTE: Rodigo Salles em JC Jornalcidade
Infanticídio põe em xeque respeito à tradição indígena
Publicado em Crianças Indígenas, Notícias | Etiquetado Infanticídio
(http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2009/04/20/infanticidio-coloca-tradicao-indigena-em-xeque/)
domingo, 11 de julho de 2010
A Imigração da Salvação pelo Sacramento da Penitência e pelas Indulgências.
Procurando entender de que modo o movimento Diaspórico da Igreja e a prática das Indulgências interferiram na vida sócio-cultural e religiosa na colônia da América Portuguesa do século XVIII, torna-se necessário compreender quais os meios utilizados pela Igreja para implantar e manter a prática de seus ensinamentos, sacramentos e pastorais ao longo da colonização, representando as normas e as doutrinas eclesiásticas estabelecidas por Roma.
O Clero preocupava-se com a conduta moral da sociedade colonial que praticava uma religiosidade trazida da África, misturada com elementos indígenas e cristãos, a prática do concubinato, o modo que os indivíduos se vestiam e o uso da língua originária dos nativos e dos negros africanos. Tudo isso gerava uma diversidade de formas de viver e fazer o cotidiano ue nem sempre estavam de acordo com a ortodoxia cristã. Além, é claro, de outro agravvante representado pela vastidão do território, que certamente dificultava a ação do poder eclesial, propondo um cuidado ainda maior por parte dos olhos da Igreja.
As manifestações, costumes, tradições e práticas religiosas de origem africana, indígena e as sincréticas eram vistas como ações de mau comportamento podendo infestar o território colonial com heresias e pecados.
(A Diáspora da Igreja Católica de Portugal para a América Portuguesa do século XVIII. p. 70).
O Clero preocupava-se com a conduta moral da sociedade colonial que praticava uma religiosidade trazida da África, misturada com elementos indígenas e cristãos, a prática do concubinato, o modo que os indivíduos se vestiam e o uso da língua originária dos nativos e dos negros africanos. Tudo isso gerava uma diversidade de formas de viver e fazer o cotidiano ue nem sempre estavam de acordo com a ortodoxia cristã. Além, é claro, de outro agravvante representado pela vastidão do território, que certamente dificultava a ação do poder eclesial, propondo um cuidado ainda maior por parte dos olhos da Igreja.
As manifestações, costumes, tradições e práticas religiosas de origem africana, indígena e as sincréticas eram vistas como ações de mau comportamento podendo infestar o território colonial com heresias e pecados.
(A Diáspora da Igreja Católica de Portugal para a América Portuguesa do século XVIII. p. 70).
A Diáspora Da Doutrina E Da Prática Do Sacramento da Penitência E Das Indulgências Para A América Portuguesa Do Século XVIII.
" Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus,, não soberbo, nem iracundo, dando ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes."
(Tito 1: 7-9).
(Tito 1: 7-9).
sexta-feira, 11 de junho de 2010
As Navegações Marítimas: seu clero e sua pastoral.
As navegações marítimas mexeram com o imaginário europeu, sobretudo do português que se sentiu aguçado por tamanha façanha em percorrer mares. Projeto que levou à formação de uma aliança entre Coroa e Igreja. Duas instituições que supostamente ganhariam, com as novas conquistas em novas terras, a possibilidade de expandir a fé cristã e, conseqüentemente, ampliar os investimentos mercantilistas português.
Para Boxer, é comum ouvir dizer que os povos da península Ibérica – e em particular os portugueses – estavam especialmente preparados para inaugurar a série de descobrimentos marítimos e geográficos que mudaram o curso da história do mundo nos séculos XV e XVI. Entre essas vantagens, em geral, enumeram-se a posição geográfica na janela mais avançada da Europa sobre o Atlântico, e certas características nacionais desenvolvidas em oito séculos de luta contra os mouros (1).
A Igreja em Portugal vinculada à coroa portuguesa acompanhou as transformações que ocorriam ao longo do século XVI. A sua organização jurídica, por exemplo, em parte era composta por um cenário constituído pela burocracia régia. Ao longo desse período vivenciou, também, a Reforma e Contra-Reforma Religiosa (2).
No que diz respeito à cristandade trata-se de uma reforma que visava prioritariamente à reconstituição do poder hierárquico, dando ao clero a liberdade para exercer o controle sobre a vida dos fiéis, incentivando e fortalecendo a ação pastoral e os cuidados disciplinares com a sociedade.
Dinâmica que se fez presente nos territórios conquistados, acompanhado das necessárias ações sociais, como as misericórdias, confrarias e instituições de capelas.
O corpo da Igreja é um espaço privilegiado de observação do campo dos poderes neste período. Por um lado, esse corpo não é uniforme nem compacto: é constituído por múltiplos organismos, por vezes de contornos mal definidos e com interesses nem sempre coincidentes. Por outro lado, a Igreja é investida pela ação das corporações e de outros grupos de agentes, que a procuram em envolver nas suas próprias estratégias.
Esta visão da Igreja como um espaço (relativamente) aberto ou como um corpo “exposto”, embora permita compreender melhor as interações a que está sujeita, não impede que se considere a estruturação de uma hierarquia consistente e de diversos organismos com interesses próprios, que participam justamente desse jogo de interações – numa palavra, não se pode separar as relações internas das relações externas (3).
A classe social do clero era composta por representantes dos status presentes na sociedade, tampouco constituía uma classe homogênea. Não havia uniformidade na sua composição hierárquica, seus membros variavam desde bispos de sangue real a párocos de aldeias e mal alfabetizados.
1.Cf. Charles Ralph BOXER, O Império Marítimo Português 1415-1825, Companhia da Letras, 2008.
2.Cf. João Batista LIBÂNIO, A Volta da Grande Disciplina. Reflexão Teológico-pastoral sobre a atual conjuntura da Igreja, Loyola, 1984.
3.Cf. Francisco BETHENCOURT, Os Equilíbrios Sociais Do Poder: “A Igreja”. In: José. MATTOSO; José R. MAGALHÃES (orgs.), História de Portugal No Alvorecer Da Modernidade (1480-1620), vol. III, Estampa, 1997.
Para Boxer, é comum ouvir dizer que os povos da península Ibérica – e em particular os portugueses – estavam especialmente preparados para inaugurar a série de descobrimentos marítimos e geográficos que mudaram o curso da história do mundo nos séculos XV e XVI. Entre essas vantagens, em geral, enumeram-se a posição geográfica na janela mais avançada da Europa sobre o Atlântico, e certas características nacionais desenvolvidas em oito séculos de luta contra os mouros (1).
A Igreja em Portugal vinculada à coroa portuguesa acompanhou as transformações que ocorriam ao longo do século XVI. A sua organização jurídica, por exemplo, em parte era composta por um cenário constituído pela burocracia régia. Ao longo desse período vivenciou, também, a Reforma e Contra-Reforma Religiosa (2).
No que diz respeito à cristandade trata-se de uma reforma que visava prioritariamente à reconstituição do poder hierárquico, dando ao clero a liberdade para exercer o controle sobre a vida dos fiéis, incentivando e fortalecendo a ação pastoral e os cuidados disciplinares com a sociedade.
Dinâmica que se fez presente nos territórios conquistados, acompanhado das necessárias ações sociais, como as misericórdias, confrarias e instituições de capelas.
O corpo da Igreja é um espaço privilegiado de observação do campo dos poderes neste período. Por um lado, esse corpo não é uniforme nem compacto: é constituído por múltiplos organismos, por vezes de contornos mal definidos e com interesses nem sempre coincidentes. Por outro lado, a Igreja é investida pela ação das corporações e de outros grupos de agentes, que a procuram em envolver nas suas próprias estratégias.
Esta visão da Igreja como um espaço (relativamente) aberto ou como um corpo “exposto”, embora permita compreender melhor as interações a que está sujeita, não impede que se considere a estruturação de uma hierarquia consistente e de diversos organismos com interesses próprios, que participam justamente desse jogo de interações – numa palavra, não se pode separar as relações internas das relações externas (3).
A classe social do clero era composta por representantes dos status presentes na sociedade, tampouco constituía uma classe homogênea. Não havia uniformidade na sua composição hierárquica, seus membros variavam desde bispos de sangue real a párocos de aldeias e mal alfabetizados.
1.Cf. Charles Ralph BOXER, O Império Marítimo Português 1415-1825, Companhia da Letras, 2008.
2.Cf. João Batista LIBÂNIO, A Volta da Grande Disciplina. Reflexão Teológico-pastoral sobre a atual conjuntura da Igreja, Loyola, 1984.
3.Cf. Francisco BETHENCOURT, Os Equilíbrios Sociais Do Poder: “A Igreja”. In: José. MATTOSO; José R. MAGALHÃES (orgs.), História de Portugal No Alvorecer Da Modernidade (1480-1620), vol. III, Estampa, 1997.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
O MEDO NA IDADE MÉDIA.
A idéia que se construiu ao longo dos séculos proporcionou para a sociedade a imensa concepção de acreditarem na existência da permanência desta alma em lugares como o céu, o inferno e o purgatório, ou seja, um estado de permanência da alma. "O medo alojou-se e tornou-se moradia fixa no universo humano individual e coletivo, gerando assim um sentido pelo medo do outro".
O que causou e proporcionou em toda a sociedade européia o sentimento de desconfiança, da suspeita pelo olhar e diante das atitudes do outro num aspecto em que poderia ser influenciado nos espaços interioranos ou nas cidades, em dimensões até regionais, podendo ser observado também pelos estrangeiros. pois tudo gerava ou levava para o sentimento da desconfiança.
O que causou e proporcionou em toda a sociedade européia o sentimento de desconfiança, da suspeita pelo olhar e diante das atitudes do outro num aspecto em que poderia ser influenciado nos espaços interioranos ou nas cidades, em dimensões até regionais, podendo ser observado também pelos estrangeiros. pois tudo gerava ou levava para o sentimento da desconfiança.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
A Igreja no Contexto Quinhentista e Seiscentista.
A Igreja portuguesa convivia com os problemas que se faziam presentes na sociedade européia como a fome e o alastrar da epidemia da peste negra (1437-1441) que atingiu uma grande parte da população, como também as questões pertinentes ás feiticeiras e às possíveis magias, além das incertezas geradas pelo audacioso investimento com as grandes navegações marítimas.
Delumeau menciona que os processos de feitiçaria, as pregações e o catecismo esforçaram-se, a partir do século XVI, em introduzir na mentalidade coletiva dos camponeses a necessária distinção entre Deus e Satã, entre os santos e demônios. Permanecia, no entanto, o medo dos múltiplos perigos que pesavam sobre os homens. Portanto continuavam, apesar das autoridades religiosas e leigas, com práticas suspeitas, tais como as tochas do primeiro domingo da quaresma e as fogueiras de São João.
O forte sentimento de medo que assolou a mentalidade europeía, sobretudo,a portuguesa desde a baixa Idade Média continuou presente ao longo da Idade Moderna e se instalou na mentalidade européia. Medo que influenciava o modo de viver e de se relacionar da sociedade, preocupada com a preservação de valores morais e da honra.
Nesta sociedade portuguesa marcada pelo medo, pela fome e pela peste negra, a Igreja implantou uma "pastoral do medo" na tentativa de manter e preservar a vida religiosa dos fiéis.
A peste negra que devorava milhares de vidas em toda a Europa era lida nesta perspectiva, como sendo um castigo. Tanto os médicos do corpo como da alma viam a solução no pedido de misericórdia e no arrependimento dos pecados, seguido da confissão.
Para Delumeau, o termo "medo" ganhou então o sentido menos rigoroso e mais amplo do que nas experiências individuais, e esse singular coletivo recobre uma gama de emoções que vai do temor e da apreensão aos mais vivos terrores. "O medo é aqui o hábito que se tem, em grupo humano, de temer tal ou tal ameaça de forma real ou imaginária".
O papel religioso e simbólico da Igreja em auxiliar e aliviar aquela população do desespero diante da morte e das preces de seus pecados terrestres era grande.
terça-feira, 8 de junho de 2010
A Igreja em Portugal e a Expansão Religiosa para Além Mar.
Estavam pelos muros, temerosas
E de um alegre medo quase frias,
Rezando, as mães, irmãs, damas e esposas,
Prometendo Jejuns e romarias.
Canto IV
Não será a culpa abominoso incesto
Nem violento estupro em virgem pura,
Nem menos adultério desonesto,
Mas c' uma escrava vil, lasciva e escura.
Canto X
Luís de Camões
Os Lusíadas.
E de um alegre medo quase frias,
Rezando, as mães, irmãs, damas e esposas,
Prometendo Jejuns e romarias.
Canto IV
Não será a culpa abominoso incesto
Nem violento estupro em virgem pura,
Nem menos adultério desonesto,
Mas c' uma escrava vil, lasciva e escura.
Canto X
Luís de Camões
Os Lusíadas.
Neste primeiro momento abordaremos uma parte da história da Igreja Católica em Portugal, de modo que a mesma foi sendo construída dentro de um processo historiográfico ao longo dos séculos XV ao XVIII durante o período da Idade Moderna, sofrendo alterações e adaptações diante de suas necessidades: teológicas, históricas e culturais.
Ressaltaremos também um dos elementos importantes do universo religioso, os Breves (termo juridico referênte aos favores concedidos o altar privilegiado, sendo as Indulgências privilegiadas e aplicáveis as almas sufragadas), como surgiu o nascimento das Indulgências. De maneira peculiar e significativa, procuramos entender o seu percurso no universo cristão, a saber: de quais maneiras as Indulgências foram inseridas e resignificadas na América Portuguesa do século XVIII.
Traçarei um cenário sociopolítico e religioso no qual se estruturam a doutrina e prática do sacramento da Penitência e das Indulgências. A História da Igreja é marcada por uma estrutura de raízes romanas, ao longo dos séculos sofreu alterações devido ás necessidades locais, ou seja, das próprias sociedades.
Essa mentalidade presente na sociedad portuguesa se fez, também, presente nos territórios conquistados onde viviam os índios, os negros, os brancos, os mulatos e os pardos que reinventaram um modo de vida.
Desde que a Igreja cruzou o além-mar pelas navegações marítimas, a mesma se adaptou e sofreu modificações por vários motivos. Dentre eles, pode-se lembrar o fato de que em um encontro entre culturas diferentes há sempre uma influência mútua.
A escassez do clero dificultou o trabalho do missionário e, é digno de nota o fato da falta de interesse por parte do clero em vir para a colônia.
(A Diáspora da Igreja Católica de Portugal para a América Portuguesa do século XVIII, pp.12-13).
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